
Ouvi a porta se abrir e o doutor entrar, sentou do meu lado e ele não tinha nenhum tipo de instrumento e não queria saber dos meus olhos ou garganta. Me parecia confortável e atencioso aos detalhes. Eu ri quando seus óculos deslizaram pelo rosto e encontraram o chão, após recolher começou a consulta. Ele era meio careca tinha um ar inteligente e totalmente descontraído. Me perguntou:
Qual motivo desta desordem? O que têm sentido esses dias?
Encarei com dúvida aquele questionamento, mas fui sincera ao responder - Não tenho dormido direito, os sonhos me parecem pouco enquanto posso estar acordada sentindo as sensações reais. Eu como mais porque é como se milhares de borboletas estivessem se mudado para meu pequeno estomago e elas têm fome, ficam agitadas o dia inteiro, principalmente perto de alguém. As flores tem mais cores, e eu tenho muuuuito mais vontade de sair ao bosque. Meu coração anda lépido e não quero realmente perder um segundo aqui dentro. Quero compartilhar. Demoro mais nos banhos e cantarolo o tempo inteiro, mas o mais impressionante de tudo é como estou desatenta, não consigo prestar atenção em nada, minha mente anda aérea. Estou longe daqui .. perto de alguém.
Assim que terminei de falar pude ouvir o lápis do doutor parar, ele me olhou uma ou duas vezes, voltou a escrever e então parou outra vez. Levantou com elegancia e se despediu. Pude ouvir ele falar com a minha mãe por trás da porta, e ainda rabiscava aquele papel. Alguns minutos e a porta se abriu, minha mãe entrou claramente despreocupada, com um certo ar de alegria.
E então mãe o que eu tenho?
Suspirou e disse: Algo simples, você só precisa de flores, liberdade e alguém. Doutor também receitou beijos roubados e mãos dadas. Disse que abraços não precisam ser contados. Sua doença.. é a doença do amor.