quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Já haviam três dias que mamãe não me deixava sair, mais de três doutores já tinham passado pela minha humilde casa enquanto eu me mantinha entre os lençois. Até que papai decidiu chamar um médico da cabeça, eu realmente não entendia o porque de tudo aquilo.. mas era vontade deles.
Ouvi a porta se abrir e o doutor entrar, sentou do meu lado e ele não tinha nenhum tipo de instrumento e não queria saber dos meus olhos ou garganta. Me parecia confortável e atencioso aos detalhes. Eu ri quando seus óculos deslizaram pelo rosto e encontraram o chão, após recolher começou a consulta. Ele era meio careca tinha um ar inteligente e totalmente descontraído. Me perguntou:
Qual motivo desta desordem? O que têm sentido esses dias?
Encarei com dúvida aquele questionamento, mas fui sincera ao responder - Não tenho dormido direito, os sonhos me parecem pouco enquanto posso estar acordada sentindo as sensações reais. Eu como mais porque é como se milhares de borboletas estivessem se mudado para meu pequeno estomago e elas têm fome, ficam agitadas o dia inteiro, principalmente perto de alguém. As flores tem mais cores, e eu tenho muuuuito mais vontade de sair ao bosque. Meu coração anda lépido e não quero realmente perder um segundo aqui dentro. Quero compartilhar. Demoro mais nos banhos e cantarolo o tempo inteiro, mas o mais impressionante de tudo é como estou desatenta, não consigo prestar atenção em nada, minha mente anda aérea. Estou longe daqui .. perto de alguém.

Assim que terminei de falar pude ouvir o lápis do doutor parar, ele me olhou uma ou duas vezes, voltou a escrever e então parou outra vez. Levantou com elegancia e se despediu. Pude ouvir ele falar com a minha mãe por trás da porta, e ainda rabiscava aquele papel. Alguns minutos e a porta se abriu, minha mãe entrou claramente despreocupada, com um certo ar de alegria.
E então mãe o que eu tenho?
Suspirou e disse: Algo simples, você só precisa de flores, liberdade e alguém. Doutor também receitou beijos roubados e mãos dadas. Disse que abraços não precisam ser contados. Sua doença.. é a doença do amor.

sábado, 14 de agosto de 2010

Be true


O teatro.

As cortinas se fecharam e foi a última vez que eu participei daquela peça, eu pude ouvir os aplausos e as gotas de suor descendo pelo meu rosto. Foi íncrivel, eu senti. Ainda estavamos de mãos dadas e os nossos lábios se tocavam como na última cena. Foram segundos e seus lábios ficaram distantes e sua mão eu já não encontrava. A temporada acabou. Fui ao camarin tentar retirar minha bela fantasia de mulher amada, de adolescente apaixonada. Aos poucos eu podia ver tudo cair, tudo ser guardado. Voltei ao palco para observar, eles haviam mudado, retiraram as cartas do chão, secaram as gotas da chuva, até arrastaram o banco do nosso primeiro beijo. Encontrei entre tudo a mensagem que você ainda havia escrito, dei risada, mas lembrei 'faz parte do roteiro'. Levantei, ajudei a fechar as cortinas. Devia ter partido, mas aquele lugar era tão importante, eu adorava ler e reescrever esse roteiro, sem mexer nas cenas principais, porque acabou? Era um sucesso. Todos adoravam, era lindo de se assistir. E toda semana eu tinha que ver, tirar a poeira de tudo, porque meu coração desesperadamente esperava assistir outra ver. Talvez com uma adaptação ou outra, mas ele precisava. O tempo passou e eu já havia reescrito tanto que pouco tinha da peça original, eu estava me esquecendo. Corri atrás reuni o elenco pedi desesperamente para que tudo voltasse, senti nele que ainda havia um desejo, um carinho por aquela história, mas enquanto a peça atual estivesse boa o suficiente não havia necessidade de mexer na antiga. O tempo passou, e eu continuei a limpar o meu velho teatro. Os dias se passaram até que minha cabeça girou e eu comecei a perceber que não era aquele ator, eram as cenas. Enquanto até eu mesma acreditava que era a sua falta, eu descobri ... que isso tudo dependeu muito mais de mim do que de você. E agora estou esperando, para que outro ator aceite esse humilde papel dentro do meu teatro e que de maneira sincera eu possa outra vez por em cartaz o amor.
E então ela disse: Se não for agora, não vai ser. - Respirou - Meu coração é mimado e a culpa é sua.
A culpa é sua por me mostrar um mundo qual eu não conhecia, por fazer minha vida perfeita, por me abraçar enquanto o vento me fazia tremer, por me proteger dos meus medos, por acreditar em mim. a culpa é sua por me fazer feliz, me fazer delirar, fazer acreditar que com você eu iria casar. A culpa é sua por deixar eu me perder tanto em você, por não me deixar sem você mesmo quando partiu. A culpa é sua, e agora as consequências também.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


A felicidade consiste em continuar desejando o que possuí, a felicidade está nos detalhes nas coisas que quase não percebemos, a felicidade está muitas vezes em nós, escondidinha ali ... ela é tímida, é só olhar com calma e observar, aos poucos pode ver, ela vai se soltar e sem perceber, ela vai estar em você.

A melhor delas.

Me divirto em pensar nisso tudo, nessa fase tão excitante que é juventude é engraçado porque ninguém sabe de nada e todo mundo pensa que sabe de tudo, sabe sobre o amor, sobre a dor, sobre a partida, sobre a rápida sensação de ter. Quer saber? Não sabemos nem de nós mesmos! Estamos a todo momento nos surpreendendo com as próprias atitudes, com as próprias sensações. As vezes achamos que nossas atitudes iam ser extremamente maduras, mas quando nos deparamos puf .. somos infantis, queremos chorar, queremos colo, queremos sumir. E o que isso tem de errado? Quem sou eu? Quantos anos tenho? Quanto tempo acho que tenho? Eu gosto dessa confusão, apesar de saber que talvez eu nunca a deixe para trás, e de certa maneira eu gostaria. Seria um prazer conviver eternamente com a minha curiosidade, com o meu prazer do novo, com a inocência das minhas sensações lépidas de menina. Eu não estou preocupada na ordem das coisas, não vou seguir a lógica, nos meus conceitos não é errado me apaixonar, mesmo que seja mil vezes ao dia. Eu gosto de acordar com borboletas no estomago, de sentir ciúmes e confusa. Eu sei que passa, uma hora tudo isso vai sumir e eu quero aproveitar enquanto posso desfrutar das minhas dúvidas, aproveitar em quanto posso correr e chorar, porque eu tenho a certeza de que dará tudo certo, eu sou menina e é só uma fase, a melhor delas.
Se quiser me reconquistar, não tente descobrir o que te levou a me perder, mas sim o que me levou a te amar.

Uma palavra

Em um mundo de palavras, me senti na necessidade de escolha, uma escolha limitada e pressionada, apenas uma disse uma voz, em um segundo. Apenas uma palavra que você vai levar até sua morte. Em choque meus lábios se abriram para questionar, o tempo havia acabado, e eu não tinha escolhido nada. Abri meus olhos, e do meu conhecimento nada lembrava, eu chorava, era escuro. Senti dois braços quentes se envolverem em meu corpo que tremia pelo frio, água salgada caía em minha pele me fazendo gritar, mas era confortável, conforme aquela água se expandia em meu corpo mais confortável eu me sentia, os braços eram de carne, mas eles pareciam de ferro e eu naquele momento tive certeza que eles se tornariam de ferro para me proteger que eles estariam a frente de qualquer mal que pudesse me tocar ou apenas planejar. Me senti dentro da luz, sendo acolhida por um anjo, um anjo onde aqui estranhamente é chamado de mulher, ou melhor, de mãe. Que amor era aquele? Eu podia sentir invadir meu pequeno corpo, eu queria olhar para aquele rosto entender como irradiava aquele sentimento intenso, meus olhos se manteram fechados e então lembrei da voz que me disserá para escolher uma palavra e mentiu quando quando citou que era apenas 1 segundo, ela me deu tempo, cubriu meus olhos para que eu pudesse não ver, mas sentir a palavra a ser escolhida, a única palavra que vai ser certa até o resto da minha vida. Mãe.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Saudade.


"Talvez o amor verdadeiro seja uma decisão. Decisão de correr risco com alguém..."
Durante esses dias, percebi que estou comendo muito mais e não tem nada haver com a academia. Estou me sentindo vazia e estou tentando preencher da maneira mais estúpida que eu poderia. O gosto que minha boca pede é um gosto que eu não vou ter, e esse buraco que eu quero preenchido é um que eu não vou deixar preencher. Porque o que meu corpo está pedindo, é você.
Eu não consigo entender como me deixei levar a esse ponto, me dá raiva porque todo mundo pensa que a vida de uma garota gira em volta de um homem, e não é assim. Não é assim mesmo. Eu tenho tantas coisas pra pensar, pra ficar feliz ou chatiada, e não as vezes eu NÃO quero dizer, só quero deitar ouvindo minha música preferida e comendo um doce. Eu sou um garota, talvez seja charme, talvez algo que eu não consiga dizer (ou não queira). Vamos parar de sempre colocar culpa nos sentimentos ou nos amores não correspondidos. A vida continua, tem tanta coisa por aí, faculdade, trabalho, amigos, diversão. Sua vida não é só um cara. Beleza dói, eu entendo. Doi em todas, mas meu deus, você não pode deixar isso controlar você, tenho certeza que é mais forte que isso, é bem melhor que isso tudo. Estou me acabando vendo você triste, por ele. São um bando de idiotas que estão a toa bebendo e pegando outras meninas, sem ao menos lembrar enquanto você se derrete em lágrimas.
Por favor, um pouquinho de amor próprio, não por mim, mas por você. Corre atrás, seilá! Só não fique ai parada se lamentando do que você não tem. Se continuar assim não vai ter mesmo, para de assistir, faça alguma coisa, tente pelo menos agir.

E se não der em nada pelo menos quando deitar a cabeça no seu travesseiro vai saber que fez tudo que pode, e em vez de palavras calejadas você vai dizer palavras de batalhas e de vitórias.