Já haviam três dias que mamãe não me deixava sair, mais de três doutores já tinham passado pela minha humilde casa enquanto eu me mantinha entre os lençois. Até que papai decidiu chamar um médico da cabeça, eu realmente não entendia o porque de tudo aquilo.. mas era vontade deles.Ouvi a porta se abrir e o doutor entrar, sentou do meu lado e ele não tinha nenhum tipo de instrumento e não queria saber dos meus olhos ou garganta. Me parecia confortável e atencioso aos detalhes. Eu ri quando seus óculos deslizaram pelo rosto e encontraram o chão, após recolher começou a consulta. Ele era meio careca tinha um ar inteligente e totalmente descontraído. Me perguntou:
Qual motivo desta desordem? O que têm sentido esses dias?
Encarei com dúvida aquele questionamento, mas fui sincera ao responder - Não tenho dormido direito, os sonhos me parecem pouco enquanto posso estar acordada sentindo as sensações reais. Eu como mais porque é como se milhares de borboletas estivessem se mudado para meu pequeno estomago e elas têm fome, ficam agitadas o dia inteiro, principalmente perto de alguém. As flores tem mais cores, e eu tenho muuuuito mais vontade de sair ao bosque. Meu coração anda lépido e não quero realmente perder um segundo aqui dentro. Quero compartilhar. Demoro mais nos banhos e cantarolo o tempo inteiro, mas o mais impressionante de tudo é como estou desatenta, não consigo prestar atenção em nada, minha mente anda aérea. Estou longe daqui .. perto de alguém.
Assim que terminei de falar pude ouvir o lápis do doutor parar, ele me olhou uma ou duas vezes, voltou a escrever e então parou outra vez. Levantou com elegancia e se despediu. Pude ouvir ele falar com a minha mãe por trás da porta, e ainda rabiscava aquele papel. Alguns minutos e a porta se abriu, minha mãe entrou claramente despreocupada, com um certo ar de alegria.
E então mãe o que eu tenho?
Suspirou e disse: Algo simples, você só precisa de flores, liberdade e alguém. Doutor também receitou beijos roubados e mãos dadas. Disse que abraços não precisam ser contados. Sua doença.. é a doença do amor.
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