domingo, 4 de novembro de 2012



Depois de tanto tempo eu ainda continuo aqui, claro agora existem tantas diferenças entre nós dois e com clareza te digo não são diferenças sociais, são diferenças de alma. Sua alma almeja o que o ego deseja enquanto a minha alma é quieta, risonha, é menina. Sua brutalidade me atraiu mas assustou tudo que eu tenho dentro de mim, eu gostaria tanto de domar essa selvageria que você tem, te mostrar a doçura que pode ser estarmos juntos, mas eu tenho medo de sair tão amarga quanto você, tão bruta quanto você e assim domar minha alma menina sozinha, e acabar desesperada para que alguém um dia - quem sabe - deseje adoçar minha vida e me acalmar como hoje eu quero fazer por você. 

sábado, 8 de setembro de 2012


Eu.

Faz tanto tempo que ouso usar as palavras para descrever esses pensamentos tão excêntricos que tenho tido. Pois bem, a arte em sua milhões de maneiras nos envolve e nos leva ao nosso ponto inicial, lá sei eu porque.. mas o meu ponto inicial é fazer amor com as palavras. É debruçar sobre elas toda minha felicidade ou angustia. Para melhor dizer eu inclino sobre elas muito mais a minha confusão ou minha tristeza. Claro! Quando estou feliz estou ocupada demais vivendo, eu sei.. Deveria registrar mais. Deveria. Mas meu impulso não me deixa. Sigo em frente, vivo e só me deparo pensando quando estou triste. Quando quero me entender.
No entanto não estou triste, estou eu. Sim! Eu! Da mesma forma que as milhões de personalidades não se repetem uma só vez por essa perfeição divina meus pensamentos também não. Tudo é tão o mesmo e tão distante! É tão semelhante e tão absurdamente diferente, é tão eu sabe? É tão antigo e moderno, tão preto e tão branco, é tão quente e tão frio, é tão amável e tão cruel. Eu não ousaria comparar com uma faca de dois gumes porque seria de total estupidez pois é ao mesmo lado, ao mesmo tempo, a mesma temperatura. É como se tudo que se passasse por aqui quisesse se dividir e se multiplicar. Mas não podem são um só. Tem a mesma intensidade e a mesma densidade. Ô! Essa densidade que não se compara a nada, essa intensidade que me perfura e me cura. Junto, reto, igual, contrário e obediente. Eu.. 













Lethícia Barros.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Era fim de tarde e eu lia um livro tranqüilamente sobre a sombra de uma robusta árvore. Algumas risadas e suspiros durante as páginas. Algo interrompeu a luz limpa que descia o céu, se virou para olhar, era incrivelmente belo e arrogante. Fechei o livro com força e me levantei, andei em direção oposta. Me seguiu, me puxou, me assustou. Continuei, sem perceber olhei para trás, nada mais me seguia. Suspirei. Perto de um lago deitei, mordiscando uma maçã. Fechei os olhos então reparei em uma melodia, não consegui resistir, procurei. Encontrei, era ele, com sua beleza e arrogância. Encontrei algo novo nele, uma voz de anjo, sinceridade em suas asas. Fiquei a observá-lo até poder contemplar suas asas no céu. Mas antes disso ele me percebeu, me tomou em seus braços e eu descobri sensações que jamais desconfiei da existência. Completou-me, seu olhar me deixou segura e cantarolando me fez adormecer. Fez-me querer. Acordei com um susto, então olhei pro céu, observei a leveza de suas asas partindo, partindo junto com meu coração.

Diva.